segunda-feira, 13 de abril de 2009

SP - Polícia para quem precisa


Ranking publicado neste sábado pela Folha de S. Paulo sobre a violência no país. Os números de que se fala a seguir são sempre em relação a 100 mil habitantes — ou seja: “mortos por 100 mil”.

Com 13,2 mortos, São Paulo é o antepenúltimo da lista. Só em Santa Catarina (13) e Roraima (10,6) se mata menos. No topo, está Alagoas, com espantosos 66,2, seguido por Espírito Santo (56,6), Pernambuco (51,6) e Rio de Janeiro (45,1).
Nos últimos 9 anos, o número de homicídio em São Paulo caiu 66%, fenômeno raro, diga-se, no mundo, o que chegou a despertar a atenção de organismos internacionais. Cada estado tem lá seus motivos particulares para explicar a violência. Mas resta evidente que as grandes concentrações urbanas, especialmente na periferia (no caso do Rio, nos morros), tendem a ser mais violentas.
São Paulo é o estado mais populoso e que conta com a maior mancha urbana do país. Por que, por ali, mata-se um quinto do que se mata em Alagoas, menos de um quarto do que se mata no Espírito Santo, um quarto do que se mata em Pernambuco? Os 20 (devem ser, na verdade, 24) estados que aparecem à frente certamente têm seus motivos para explicar a violência. Não há um só que não esteja presente também em São Paulo, na cidade ou no campo.
O jornal somou os assassinatos, latrocínios e lesões seguidas de morte de todos os estados e fez a conta dos mortos por 100 mil habitantes. Minas, Piauí, Pará e Amapá ficaram de fora. O primeiro estado não repassou os dados do último trimestre. O Piauí só tinha os números da capital. Os outros dois não forneceram dado nenhum.


http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2009/04/o-que-tem-e-o-que-nao-tem-solucao.html

domingo, 12 de abril de 2009




"Obra real" do PAC é tucana!



Concebido pelo governo Tasso Jereissati e financiado pelo Banco Mundial, o projeto Eixão das Águas, que garante o suprimento de água à Região Metropolitana de Fortaleza, foi inaugurado pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, no último dia 19 de março como uma "obra do PAC".

- Quando nós descerrávamos a placa, ao mesmo tempo, tínhamos a realidade atrás de nós. Essa realidade estava no barulho das águas, que caíam e demonstravam que essa é uma obra real, não é ficção. Ela existe e foi feita em parceria do governo do estado com o governo federal. - declarou emocionada a ministra.

Tasso Jereissati é o pai da criança. No Governo Beni Veras, que o sucedeu, a idéia começou a sair do papel, mas acabou parando. Depois, o governador Lúcio Alcântara, que também é tucano, começou a sanear as finanças do Estado, e retomou as obras que recebeu paradas. Construiu e inaugurou o trecho 1. Quando deixou o Governo, deixou 60% das obras dos trechos II e III prontos.

Gastou-se até agora cerca de R$ 1 bilhão - a parte do leão levantada junto ao Banco Mundial. O governo federal entrou com a cara-de-pau e uma mera contrapartida de R$ 179 milhões.

Dilma e a "resistência democrática"


Leiam este depoimento de Daniel Aarão Reis que, assim como Dilma, participou da luta armada nos anos 60. A diferença é que, hoje, ele não mente quando aborda o assunto.
"As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática".
“As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no País, por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba. Mas, evidentemente, elas falavam em resistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora, aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre a guerra”.

Fonte: O Globo, de 23/09/2001

Daniel Aarão Reis é professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense. Foi um dos 40 militantes banidos para a Argélia em troca do embaixador da Alemanha