segunda-feira, 5 de abril de 2010
Etiqueta já!
Em sua primeira entrevista como ex-ministra ao blogueiro amigo Josias de Souza (http://migre.me/tWuM), Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência, empenhou-se em demonstrar que o esforço de seus assessores em prepará-la para o "debate" não foi em vão. Sim, ela decorou direitinho todos os fichários que lhe passaram, o que já denota um surprendente progresso.
Não entraremos no mérito do que a ex-ministra falou. Primeiramente, porque nossa leitura dinâmica naturalmente ignora as inconsistências. Acreditamos, ainda, que diante de um repertório tão restrito - ou de tão pouca munição, para usar uma linguagem mais afeita à sua biografia e formação -, a ex-ministra não deveria usar tudo assim de uma vez. Mas relevemos. Ela é nova no negócio.
Da próxima vez, sugerimos à ex-ministra deixar os grandes relatos de lado e começar pelo básico.
Pedro Bial, num desses BBBs, andou discorrendo sobre a etiqueta. A palavra nos sugere imediatamente um corolário básico de bons modos - não falar alto (ôpa!), ouvir mais do que falar (ôpa de novo!!), manter os colotovelos encostados ao corpo quando à mesa (sem "ôpa", agora, pelo menos que a gente saiba), etc. "Frescura!", clamariam enfurecidos os petistas. Não, não.
O próprio Bial, naquela ocasião, perscrutando a etimologia da palavra "etiqueta", nos ensinou tratar-se de coisa bem maior. Do francês étiquette, é diminutivo proveniente de éthique - palavra francesa para "Ética". Este grandessíssimo relato foi mote da entrevista ao Josias, não?
Pois bem, étiquette - "pequena ética", segundo Bial -, seria a ética cotidiana, que praticamos em nosso quintal, em nosso bairro, junto aos nossos filhos e vizinhos. Traduz-se, em última instância, nos tais bons modos. Mas nas instâncias anteriores, estão uns 3.000 anos de filosofia a servir de fundação.
Assim, por que a ex-ministra não começa debatendo menorzinho? Melhor ainda, antes de começar a debater, poderia simplesmente fazer a coisa certa: tipo colocar coleira e guia no cachorro quando sair.
Etiqueta já para a ex-ministra!
Em qualquer cidade civilizada do mundo, a lei impede que cidadãos saiam com cachorro por aí sem este equipamento. Aqui no Rio, é proibido; em Brasília não deve ser diferente, salvo as exceções de sempre, que certamente incluem a ex-ministra.
Mesmo assim, vale fazer um esforço extra para dar o exemplo. Quem apronta uma desta em Nova York, Paris ou Londres, por exemplo, leva multa bacana. E não tem esse negócio de carteirada.
O cachorro da ex-ministra é de uma raça adorável - labrador -, que dificilmente ataca as pessoas. Contudo, tem porte. Mesmo com a intenção de brincar, pode machucar uma criança ou uma pessoa mais idosa.
Aqui em casa, temos cachorro - um igualmente adorável border collie. Vivo chateando a minha filha para que ela não saia com ele sem o equipamento. Quando a ex-ministra age assim, portanto, desautoriza e desmerece o esforço de todos que agem direito em relação a este assunto com o mau exemplo.
E não adianta dizer que tudo estava com o aspone ali do lado. Não pode. É uma questão de educação e de respeito ao próximo.
Como é que é? O cachorro já pertenceu ao Zé Dirceu? Hmmmm... Na dúvida, a ex-ministra poderia colocar focinheira também.
Do Editor
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